Antipalavras
Poesia e microcontos

Perdeu

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perdeu playboy
ou vai perder
tudo que tem

seu carro financiado
não serve na cova
e você servirá
em qualquer roupa
depois da lipo
derradeira
gratuita
e mais eficaz
que a desejada
a vida inteira

não é você
que vai morar na casa
que nem deveria
ser chamada sua
na rua tal, número tal
sua moradia será
localizada no final
do bloco 1, gaveta 3

seu nome, depois de
os rostos amigos
sumirem, só sairá
de lábios
de mármore

seus lábios serão
lembranças
de mandíbulas roídas
e saudosas de quando
beijavam

sua memória
por três gerações
no máximo
será lembrada
depois disso
se não ficar
uma rua, uma praça
um livro, uma peça
um quadro, uma bossa
você perdeu
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Antipalavras

Ou isso é poesia ou não é nada,
um nada absoluto que persiste
em tentar explicar tudo.

Mas um nada que não é ausência,
e sim, preenchimento ao contrário.

Assim como o mito, um nada
que é tudo, a poesia é um nada
superior ao vazio:
Antipalavra que anula a palavra comum,
resultando a realidade.

Essa é a função do poeta
equilibrar com antipalavras
um mundo construído por palavras
para que a ilusão em que todos vivem
adquira existência.

Anti-herói

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Escrevo poesias, contos e crônicas. Toco piano na banda Reino Elétron. Sou formado em Letras e faço Jornalismo na Universidade de Passo Fundo

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