Antipalavras
Poesia e microcontos

Dois a um

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frágil braço no guidão
nada perto do da direção

um não mais vai limpar vidros
outro ainda vai levantar doses

eram quatro braços
e quase a mesma idade
mas rendas díspares
como o número que ficou

dois estavam indo trabalhar
dois estavam vindo da festa

mas não bastava
o dono de dois
ter mais
dinheiro
estudo
oportunidade

queria mais
queria ganhar em mais números
dois a dois: ainda era empate
ficou dois a um
dois braços contra um
dois advogados contra um

duas realidades contrárias
supostamente empatadas
o deixaram de ser
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Antipalavras

Ou isso é poesia ou não é nada,
um nada absoluto que persiste
em tentar explicar tudo.

Mas um nada que não é ausência,
e sim, preenchimento ao contrário.

Assim como o mito, um nada
que é tudo, a poesia é um nada
superior ao vazio:
Antipalavra que anula a palavra comum,
resultando a realidade.

Essa é a função do poeta
equilibrar com antipalavras
um mundo construído por palavras
para que a ilusão em que todos vivem
adquira existência.

Anti-herói

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Escrevo poesias, contos e crônicas. Toco piano na banda Reino Elétron. Sou formado em Letras e faço Jornalismo na Universidade de Passo Fundo

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