Antipalavras
Poesia e microcontos

Paleolítico

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coisas por mim não passa
pedra sabe tudo que diz de eu fazer
pedra sabe coisas bonitas de verde e comida
e eu não saber de vai ser ou já ser
saber de aqui
mas aqui não mais ser
já ser outro aqui no lugar
ser mais sol e ser bichos secar
e ser água fugir e ser comida acabar
só mim ter pouco carne
outros todos ser osso branco
como bichos com dentes aparece
igual em buracos de gente que veio antes

pedra saber de gente que veio antes
eles fazer pedra e colocar falar em pedra
eles fazer gelo que não derrete
e pau de matar bicho com fogo
e trilhas de viajar e montanhas com furo
eles saber coisas e coisas e coisas
coisas mais grandes que mim e outros como mim
mas eles morrer em grande caçar de eles mesmos
mim não saber se uns comeram os outros
como povo de mim faz com bicho

mim ter sem água boca
e sem força pernas
mim quer saber falar de pedra
ou botar falar em pedra
mas não sabe
mim vai deixar
só osso branco na terra

agora mim e gente que veio antes vai ser igual
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Antipalavras

Ou isso é poesia ou não é nada,
um nada absoluto que persiste
em tentar explicar tudo.

Mas um nada que não é ausência,
e sim, preenchimento ao contrário.

Assim como o mito, um nada
que é tudo, a poesia é um nada
superior ao vazio:
Antipalavra que anula a palavra comum,
resultando a realidade.

Essa é a função do poeta
equilibrar com antipalavras
um mundo construído por palavras
para que a ilusão em que todos vivem
adquira existência.

Anti-herói

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Escrevo poesias, contos e crônicas. Toco piano na banda Reino Elétron. Sou formado em Letras e faço Jornalismo na Universidade de Passo Fundo

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